domingo, 7 de março de 2010

Histórias do Futmesa

Hoje estava “camperiando” um texto/história para o blog da AFM. Acredito que o futebol de mesa é feito de histórias, lendas, mitos, fatos inusitados, etc. Me deparei com este texto do Cristian Ferreira, do blog www.errandoacavada.blogspot.com e achei interessante. Resolvi dividir com vocês aqui neste nosso espaço, aproveitem!
“A primeira vez que eu ouvi falar de uma associação de botão foi na praia do Cassino em Rio Grande. Um cara, cujo o nome não lembro, me pegou pela mão e fez eu ir atrás da duna com ele...ah não isso é outra história, bem marcante, álias!!
Eu lá curtindo a praia e o marido de uma amiga da minha mãe disse que jogava botão. Dez dias depois, no máximo, por coincidência alguns amigos meus também tinham começado a jogar na mesma associação. Isso foi em 1988. Eu tinha 12 anos.
Foi assim que ingressei na Riograndina, quando ela ficava perto dos trilhos ainda. Tinha uma galera jogando. O nível era bem alto. Eu era um dos piores jogadores e por isso era motivo de chacota, mas não só da gurizada da minha idade. Dos mais velhos também.
Imagina caras de mais de 30 anos pegando no pé de crianças de 12, 13 anos...bem, esse era o clima do futebol de mesa dos anos 80 que não deixa saudade em ninguém.
Saí de Rio Grande em 90. Como não tinha família por lá e nessa idade as amizades são efêmeras, acabei nunca mais retornando a cidade.
O lado super positivo da Riograndina é que sempre premiou os melhores do ranking e não A ou B porque tinham mais cacife dentro da entidade.
O lado ruim, um bando de adulto mongolão que levava a competição a extremos. Eu curtia mesmo era ficar falando de rock e cinema com a gurizada que tinha por volta dos 19, 20 anos. Uma galera na boa, sem o ranço da ditadura militar arraigado no corpo e na alma.
Cheguei em Alegrete e me deparei com uma outra realidade. Alguns adultos, que mais pareciam crianças de tão na boa que eram , e uma gurizada da minha idade. Nível mais fraco e menos jogadores. Vinte contra mais de 40 da Riograndina. Fiz vários amigos, até porque a maioria da gurizada estudava no meu colégio.
O único problema era que alguns que mantinham o lance na parte econômica usavam isso como pretexto para representar a associação em todos os torneios legais. Não premiava o melhor, mas sim o que tinha mais grana.
Na luta contra isso, fundamos outra associação em Alegrete: o Clube Sete de Setembro, mas naufragamos e logo tivemos que pedir arrego e voltar. Joguei só mais seis meses lá na Alegretense. Já era 94 e saia fora para Santa Maria e depois Porto Alegre.
Quando cheguei na capital, sabia da Metropolitana, do Breno, e da Afumepa. Como eu conhecia uma galera da Metropolitana até fiquei a fim de conhecer a parada. Mas para um estudante recém chegado do interior, o bairro Nonoai, onde ficava a sede, era do outro lado do mundo, como canta o Jota Quest: “Nonoai é longe pra caramba”.
Oito anos sem jogar e uma entrada em um sábado no site do Grêmio abre a perspectiva da volta.
Essa história continua depois porque a febre ta pegando e eu vou curtir o jogo do Grêmio contra o Avenida...”

Nenhum comentário:

Postar um comentário