quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Minha visão do futebol de mesa

Caros leitores,


Sou um apaixonado pelo nosso querido futebol de mesa. Quando novo, especificamente, há vinte sete anos atrás, comecei a jogar o chamado jogo de botão, lá na minha terra, a querida Pelotas.
Junto com meu amigo grande amigo Daniel Brito e demais companheiros de vizinhança, passávamos as tardes em volta de um campo de eucatex, o antigo Estrelão. Bons tempos aqueles. Tempos de inocência. Não andávamos nas ruas fumando, bebendo ou roubando. O companheirismo, as competições e o prazer da prática do esporte ocupavam nossas mentes, coisa bem difícil, para os jovens de hoje. Num mundo onde as drogas são encontradas em qualquer esquina. Onde a inocência deu lugar à falta de educação e à violência. Mas foi neste universo, digamos, mais puro, que me criei. Filho de pais simples, sempre busquei meu espaço, por onde andei. E não foram poucos os lugares por onde transitei. Com a idade adulta, me distanciei do futebol de mesa. Que pena! Talvez hoje fosse um melhor competidor. Mas como num passe de mágica, meu destino cruzou o caminho das mesas. Sou agradecido aos amigos de Santa Maria e, porque não citar os senhores Eugênio Muller, Glenio, Otacílio Neto, Valmir Lobel, Marcelo, dentre muitos outros. Com eles, comecei a jogar a regra do passe, lá pelo ano de 2001. Era à volta as mesas. Ao esporte da infância. Verdade que a inocência das competições era fato passado. Mas algumas coisas ainda persistiam, pelo menos entre alguns amigos. O companheirismo, a lealdade e o amor pelo esporte sempre foi constatado nas casas que freqüentei. No ano seguinte, comecei a receber minhas primeiras “aulas” sobre, a tão diferente, regra gaúcha. Na AABB Santa Maria, incluindo a presença do amigo Jorge Leão, muitas “surras” levava. Mas seguia firme na minha paixão. Com os anos e, tendo em vista minha vida profissional, em 2005 fui parar em São Leopoldo e assim, buscando não perder minha paixão, encontrei a LEFUME, em Esteio. Lá, junto com alguns amigos, como: o Dosão, o Daiam, o Edu Caxias, o Fernando, o Lídio coruja, o Guilherme Alix, o Oberecí (mestre das cavadas) dentre tantos outros, aprendi um pouco mais sobre as táticas da regra. Bons tempos aqueles. Todo sábado pegando o trensurb. Viajando até a cidade de Esteio. Passando a manhã na presença de pessoas legais.
O tempo passou, minha vida profissional deu uma virada. Afastei-me novamente do futebol mesa e, neste ano, retornei a rotina esportiva. Agora, em uma regra totalmente desconhecida por mim, a regra brasileira e, ainda por cima, na modalidade de lisos, foi um desafio e tanto. Só Deus sabe o quão difícil foi a adaptação. Muitos lances “dois toques” foram cedidos. Muitas goleadas levadas. Mas aos poucos fui me aprimorando. Com bastante treino e dedicação me tornei alguém jogável. Verdade que aprendi muito com alguns mestres das mesas de lisos, gente como Vanderlei Duarte, Luciano Carraro, Daniel Maciel, Walter Almeida, Luiz Ernesto Pizzamiglio, Mario Saul Jr., Sergio Oliveira, Daniel Pizzamiglio, entre outros. Pessoas que jogam um futebol de mesa de alta qualidade. Contra elas joguei e observei jogarem, muitas e muitas vezes. Uns me ensinaram mais, outros menos, mas todos tinham algo para repassar.
Hoje, sou editor do blog da AFM Caxias e sinto que o pessoal da associação, para mim que estou longe do meu pessoal, é como minha segunda família. Gostaria que, no meio do futebol de mesa, quer aqui ou em qualquer lugar de nosso estado, as pessoas lembrassem que do outro lado da mesa, atrás da “goleira” que vamos chutar, há um outro apaixonado pelo esporte. Um alguém a quem temos de respeitar. Um amigo que faz o nosso sonho se tornar realidade. Portanto, amigos, eu que deixei amizades por onde andei. Que procurei mais somar do que dividir, nas associações que participei. Acredito que a vitória é importante, nos dá sentido na busca pela perfeição, mas não é tudo. Muito acima dela está a honestidade, a lealdade, o cavalheirismo, etc. Ser adversário não é ter o semblante fechado durante os jogos. Não é atirar os botões do oposto sobre a mesa ou menosprezar a qualidade técnica do oponente. Ser adversário é ser educado. É ser honesto, imparcial. É terminar um jogo e apertar a mão do amigo do outro lado.
Infelizmente, como na família, na mesa as brigas existem. Nem tudo é um mar de rosas. Os desentendimentos ocorrem. Cabe a nós contornarmos estas “picuinhas” e agirmos como seres adultos. Desta forma, estaremos evoluindo para um estágio melhor, onde poderemos olhar para nosso adversário e dizermos, com sinceridade, “boa sorte”.

Cristiano Insaurriaga Gularte
AFM Caxias

2 comentários:

  1. Parabéns pela grande visão de nosso FUTMESA.
    Pois é como sempre digo: sempre devemos nos lembrar que o "ADVERSÁRIO DE MESA É TAMBÉM SEU AMIGO".
    Grato pela GRANDE MATÉRIA e PARCERIA na MESA.

    Walter Almeida - RIO GRANDE

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